sexta-feira, 20 de maio de 2011

Um pedacinho de meu livro "Ladrão de corações"

E à noite, eu ficava no jardim olhando as estrelas e esperando Alice como um profeta que olhando para o alto, espera descer a profecia.          
  E escrevi um poema para Alice: “Oh minha estrela... Companheira de minhas noites desnudas... Não se precipite em se apagar pela distância de sua altura, porque toda a noite te transparece meus olhos; faço uma prece ao coração... Não deixe que a treva ofusque teu brilho, pois até o astro rei em seu tempo reverencia tua beleza; reveste o céu de eternidade, tua morada é mais nobre que a dos reis; deita-te sobre o crepúsculo e afagas de doçura a imensidão do silêncio. Assim corro para o bosque onde as árvores abrem ramos para eu poder contemplar tua face até á alvorada.”
  Naquela noite ela não veio, um regato corria em minha mente e cantava uma melodia triste ao meu coração...
  Fui para casa, sentei-me ao piano e comecei a dedilhar a saudade olhando da janela para o brilho das estrelas nefastas, somente a ave noturna cortava o éter...

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