sexta-feira, 20 de maio de 2011

Um pedacinho de meu livro "A Ira de um anjo"

“Oh tu , vento; meu amigo, meu rival. Minha vida era errante como tu, e meu futuro imprevisível até que tu o escreveste em teu livro negro; deste-me o sentido de viver pelo olhar tenro de um anjo que me tiraste pela estaca pontiaguda de um demônio”.
                        Tu não sabes o preço de uma lágrima nem a satisfação do desabrochar de um sorriso. Ouvi teu sussurro, e as trevas caíram sobre mim. Tu te glorias em traspassar os corações dos amantes sem medo de ser surpreendido por eles, e conhece os seus segredos e os contas às árvores do bosque. Lembraste-me dos tempos remotos em que eu voava em suas asas e não sabia o que era dor. Depois cavalgaste sobre meu corpo martirizado. Inspiras o coração de um poeta trazendo o perfume das flores e o delírio prematuro da juventude, depois passas sobre ele em forma de tempo até o jazer na sepultura. Libertas a alma do corpo pesado afim de fundir-se a ela.
                          Quantas almas levaste ao sono profundo? E quantos encontros marcaste de dor? 

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